Meu amado amigo Wences, um dia me explicou sua teoria do puleiro das almas, o que por si esclarecia o porque de encontrarmos pessoas a quem amamos profundamente sem saber porquê. Na teoria Wenceslariana, o puleiro das almas é onde ficamos enquanto estamos esperando a próxima reencarnação. Ali, poderemos ficar por anos seguidos, ao lado de outras almas e assim pegamos apreço umas pelas outras. Depois que renascermos, ao nos reencontrarmos, obviamente nos reconheceríamos, todavia sem a certeza de onde nos vimos pela última vez. Acho que o puleiro onde estava era bem grande, e as almas chegavam, ficavam e reencarnavam e eu nada… pois são muitas as pessoas que encontro e tenho esta sensação de que conheço há muito, mas não sei de onde.
Algumas ficaram juntinhas empoleiradas comigo no mesmo fio do afeto. Outras se bandiaram aí pelo mundo afora e não deixaram pistas, porém continuam lá guardadinhas na minha memória sem origem do puleiro.Neste fio de afeto, forte e sem fim, há pousos e decolagens. Porém, ele continua firme, renovado a cada tempestade. Eu penso que este fio repete o papel daquele puleiro de que não lembramos, mas que fez possível nosso encontro. Como não possível ver ou tocar este fio onde estamos hoje esperando pelo imprescindível, pode-se até pensar que não existe, mas é este fio que nos ampara lado a lado, de mãos dadas neste infinito espaço de tempo que nos separa.